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Conhecida como a palmeira sertaneja, o licuri (nome científico: Syagrus coronata) também é chamado por alicuri, aricuí, adicuri, cabeçudo, coqueiro-aracuri, coqueiro-dicuri, iricuri, oricuri, ouricurizeiro, uricuri e uricuriba.

A palmeira pode alcançar 11 metros de altura, suas folhas enfileiradas parecem formar uma coroa. A espécie pode ser encontrada no norte de Minas Gerais, na porção oriental e central da Bahia até o sul de Pernambuco e também nos estados de Sergipe e Alagoas.

Os cachos de licuri têm em média 1.350 frutos, os quais medem aproximadamente dois centímetros. Enquanto verdes, os frutos possuem, no seu interior, uma textura aquosa, que vai endurecendo no processo de amadurecimento, dando origem à amêndoa. A coloração varia do amarelo-claro ao laranja.

o licuri tudo se aproveita. As folhas são utilizadas na fabricação artesanal de sacolas, chapéus, vassouras, espanadores, entre outros. A amêndoa produz um óleo utilizado na culinária, similar ao óleo de coco, sendo também considerado o melhor óleo do país para a fabricação de sabão. A amêndoa é também utilizada na fabricação de doces, como a cocada, de licores e do leite de licuri, especialidade da cozinha baiana. Os resíduos da extração do óleo da amêndoa são empregados na alimentação animal.

É importante ainda observar que o licuri é um dos principais alimentos da arara-azul-de-lear, sendo considerado indispensável para a sobrevivência deste animal, endêmico da Caatinga brasileira e ameaçado de extinção.

Pesquisadores do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet-BA) verificaram um alto teor de ácidos graxos saturados de cadeia média no óleo do licuri, compostos com boas características para a indústria cosmética. O extrato já é considerado o melhor óleo brasileiro para a produção de sabão. No entanto, outras propriedades do óleo são raramente exploradas e existem poucos estudos que valorizam suas possíveis aplicações cosméticas.
Sua composição de ácidos graxos é similar à do óleo de coco, e os dois, portanto, possuem benefícios parecidos. Com propriedade emoliente, o óleo promove boa espalhabilidade e alta penetração na pele para emulsões, e também age na prevenção de feridas e melhora a elasticidade dérmica; apresenta baixa acidez e alta estabilidade, garantindo ampla aplicabilidade. Pode ser usado na preparação de emulsões e formulações cosméticas, como aerossois, cremes, loções, batons, entre outros, ou pode ser usado diretamente na pele ou cabelos.

Segundo o estudo publicado no Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, da USP, as emulsões com concentração de 10% a 20% de óleo e 10% a 15% de tensoativos - usados como conciliadores de fases imiscíveis (exemplo: água/óleo) para preparação de emulsões, entre outros - promovem hidratação significante devido à característica de retenção de água, e são altamente estáveis. Portanto, suas ações na pele são hidratantes e suavizantes, além de possuírem antioxidantes que agem contra os radicais livres, evitando o envelhecimento precoce da pele e diminuindo as rugas.

No tratamento dos cabelos - que podem ser lisos ou cacheados - o óleo nutre e hidrata os fios e o couro cabeludo, além de dar brilho e acabar com o frizz. Também pode agir como antiqueda e anticaspa.